Heloisa Reis é professora da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp e está em Londres como integrante de um grupo de pesquisadores britânicos encarregado de observar o policiamento durante a competição. Segundo ela, o que tem garantido o bom desempenho é, principalmente, a perfeita sincronia entre policiais e seguranças particulares. “Penso que se o Brasil conseguir repetir esse modelo na Copa do Mundo e nos Jogos do Rio de Janeiro, o país registrará um grande avanço”, considera. Heloisa conta que quando chegou, pouco antes do início dos jogos, o clima era tranqüilo e os policiais que ficavam no entorno do Parque Olímpico, onde se concentram a maioria dos jogos. Com o início das atividades, no entanto, a movimentação aumentou muito. “O local ficou lotado e os agentes de segurança, um tanto tensos”, disse. O que chamou a atenção da pesquisadora foi o fato dos policiais andarem em duplas. “Eles cumprem trajetos e tempos de deslocamentos bem determinados, de modo que nenhuma área fica descoberta”, relata. O cuidado e a relação com a população também foram ressaltados por Heloisa. “Os policiais são muito corteses. Eles param para tirar fotografias com os turistas e, com frequência, convidam as crianças a montarem em suas motocicletas”, conta. As ações de perseguição são feitas sem alvoroço, para que o restante das pessoas não perceba. “A grande maioria dos policiais não utiliza arma de fogo. No máximo, portam spray de pimenta”, continua. Heloisa é reconhecida como a principal pesquisadora brasileira sobre violência associada ao esporte e está em Londres a convite da Loughborough University.
Fonte: Unicamp
Crédito/foto: Antonio Scarpinetti/Unicamp
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