O governo da Índia quer ampliar o acordo de preferências tarifárias com o Mercosul com a meta de elevar o comércio bilateral a US$ 25 bilhões até 2015. A informação é do ministro do Comércio da Índia, Anand Sharma, que ontem em Genebra revelou que seu governo estuda a apresentação de uma nova proposta aos parceiros do Mercosul para a reunião que será realizada em meados do ano na Índia.
"Queremos aumentar nosso intercâmbio comercial com o Brasil e com o Mercosul", indicou Sharma. "Nossa meta é a de chegar a ter um volume total de comércio de US$ 25 bilhões até 2015", afirmou. O encontro tratará não apenas do comércio entre as duas regiões, mas também a relação entre Índia, Brasil e África do Sul, bloco que ganhou a denominação de Ibas.
Nova Délhi vem buscando alternativas para expandir suas exportações, diante das dificuldades em vender nos mercados de países ricos que continuam sofrendo com a recessão.
No Itamaraty, as declarações do indiano foram recebidas de forma positiva e o governo brasileiro indicou que há meses vem tentando convencer Nova Délhi a ampliar a lista de bens que teriam um acesso preferencial em ambos os mercados.
Entre 2008 e 2012, as exportações brasileiras à Índia quintuplicaram, atingindo o recorde de US$ 5,5 bilhões. Nos dois primeiros meses de 2013, houve queda de 55% ante o mesmo período de 2012. Mas ainda assim o governo brasileiro aposta na aproximação com o mercado indiano. Já as exportações indianas ao Brasil passaram de US$ 1,2 bilhão em 2005 para mais de US$ 6 bilhões em 2011. Nos dois primeiros meses de 2013, os indianos já exportaram US$ 1 bilhão ao Brasil.
No atual acordo, o que existe é uma lista de produtos que têm tratamento preferencial e recebem tarifas menores. Cada lado incluiu 450 produtos em sua lista. Mas o Itamaraty destaca que o acordo entre a Índia e a África do Sul cobre 2 mil produtos, bem acima dos números existentes entre o Mercosul e a Índia.
Em Brasília, negociadores chegaram a apresentar aos indianos uma oferta para elevar a lista em 2012. Mas não receberam nenhuma contraoferta. Sharma, ontem, indicou que a lista de produtos com tratamento preferencial poderia ver o número de linhas tarifárias "dobrar". Parte das solicitações ao Brasil será pela abertura de seu mercado para serviços e bens industriais.
Obstáculos. Apesar da disposição dos indianos em negociar, diplomatas de ambos os lados admitem que o esforço não será simples. Ontem, a diplomacia indiana indicou que "todos os setores estavam sobre a mesa de negociação". O primeiro obstáculo é a resistência dos indianos em abrir seu comércio de produtos agrícolas, uma das poucas formas que o Mercosul teria para conseguir chegar a US$ 25 bilhões em comércio em apenas três anos. Outro obstáculo será a Argentina, que não está disposta a abrir seu mercado industrial, nem para países ricos nem para outros emergentes.
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