O convite foi feito pelo comissário geral da organização, o diplomata italiano Filippo Grandi, para o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota por contribuições permanentes do país sobre o tema. A integração terá de ser aprovada pelo governo brasileiro e ratificada em assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). “Enquanto membro o Brasil terá voz sobre o modo de funcionamento da UNRWA e assumirá outro patamar na discussão da paz no Oriente Médio”, disse. Grandi esteve no Brasil na semana passada, em sua primeira visita oficial como comissário geral da agência. “Aqui [no Brasil] encontrei uma abertura, um entusiasmo com a possibilidade de ajudar refugiados que nunca havia visto antes”, disse. O diplomata elogiou a maneira como o país tem feito a integração de refugiados à vida cotidiana, com a participação de governos locais, e os programas nacionais de apoio a populações de baixa renda.
O Brasil contribui com a agência desde 2011, quando um pacote de ajuda ao povo palestino foi aprovado, em decorrência dos ataques do Exército de Israel à Faixa de Gaza em 2009. O pacote, com recursos de R$ 25 milhões, direcionou US$ 1 milhão em 2011 e US$ 7,5 milhões em 2012. O restante da ajuda será enviado à agência em 2013. A comunidade árabe no Brasil é estimada entre 12 milhões a 17 milhões de pessoas, segundo o coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome, ministro Milton Rondó Filho. No país há cerca de 200 refugiados palestinos, oriundos do Iraque, que chegaram por intermédio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em 2007, e que não tem relação formal com a agência.
O Brasil teve contribuição histórica com a questão palestina. O diplomata brasileiro Oswaldo Aranha presidiu a sessão da ONU que criou os estados de Israel e da Palestina em 1947. Fundada em 1949, a agência atende a cerca de 5 milhões de refugiados palestinos, 1,5 milhão dos quais reside em campos de refugiados no Líbano, na Síria, Jordânia, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Com um orçamento anual de US$ 1,2 bilhão, a agência tem tido dificuldades em manter seus programas de educação - que atendem a 500 mil jovens - e de saúde e assistência social. Grandi disse que a entidade ajusta as suas contas anualmente, com corte de gastos que vão de 10% a 20% dos recursos. O maior doador são os Estados Unidos, com US$ 239 milhões.
Fonte: Agência Brasil/ONU
Fotos: Divulgação/ONU
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