A previsão dos resultados da Balança Comercial Brasileira é tradicionalmente divulgada pela AEB em dezembro considerando as expectativas de evolução da economia, preços, safras e produção, demanda mundial e interna, taxa de câmbio, dentre outras variáveis.
Para 2013, em relação aos resultados estimados para 2012, a AEB prevê que as exportações irão alcançar US$239,69 bilhões, representando ligeira redução de 1,1%. Já as importações deverão atingir US$225,07 bilhões, o que significa estabilidade (0,4%).
Com isso, o superávit comercial projetado situar-se-á em US$ 14,62 bilhões, apontando queda de 20,0%.
Em 2013 persistirá o quadro de incerteza e volatilidade no comércio exterior, influenciado principalmente pela crise européia, mercado de destino de 20% das exportações brasileiras e que concentra 37% do comércio mundial. Em 2012, esse quadro já se influenciou negativamente as principais commodities exportadas, mais no aspecto preço do que na quantidade, sendo dos males o menor para o Brasil.
No próximo ano, tal cenário pode ser invertido, com mais quedas no quantum, devido ao elevado e crescente desemprego na Europa. Quedas de cotação estão previstas para ocorrer em açúcar, café e etanol. Os preços e o quantum do complexo soja vão estar em alta, compensando quedas de cotação e/ou de volume de outros produtos.
A crise européia pode afetar não só as vendas diretas para aquele mercado, mas também indiretamente, pois é a região de destino de cerca de 30% das exportações chineses, que, se reduzidas, podem levar à diminuição das compras de chinesas de insumos brasileiros.
O crescimento econômico da China também foi considerado nestas projeções, prevendo-se que se mantenha ao redor de 7,5%. Crescimento abaixo deste nível pode afetar as cotações das commodities em geral, e acima pode provocar sua recuperação.
Os EUA, cuja economia está se recuperando lentamente, absorvem 10% das exportações brasileiras e são concorrentes do Brasil em muitos produtos. Embora não previsto, a eventual concretização do “abismo fiscal” trará impactos negativos para todo o comércio mundial.
O comércio com a Argentina continuará a regredir, pois segue dependente de decisões que observam lógica política própria, não respeitando os compromissos assumidos no âmbito do Mercosul.
Assim, alterações no desenrolar da crise européia, no crescimento chinês e no “abismo fiscal” dos EUA poderão afetar a Balança Comercial de 2013.
Nota AEB Previsão da Balança Comercial 2013
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