O empresário Alencar Burti foi reeleito para a presidência da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp) para o biênio 2017-2018. A homologação se estendeu aos membros eleitos para os órgãos de governança da entidade.
Será a sexta vez que Burti ocupará o cargo. Ele presidiu a ACSP e a Facesp entre 1999 e 2003 e 2007 e 2011.
Empenhado em dar continuidade ao processo de reinvenção da ACSP e de valorização do empreendedorismo, o empresário precisou conduzir sua gestão em meio a um dos períodos mais críticos da história brasileira, marcado por crise econômica e política.
Durante os dois anos do mandato, iniciado em março de 2015, o PIB caiu mais de 7%, 12 milhões de pessoas ficaram desempregadas, o varejo viu sua receita diminuir em 7,3% no último ano, o dólar chegou a valer R$ 4,05 e a carga tributária acompanhada pelo Impostômetro atingiu R$ 2 trilhões no final de 2015 e o mesmo valor em 2016.
Em agosto de 2016, a decisão de impeachment da presidente Dilma Roussef encerrou quase dois anos de incertezas políticas, acirradas pelos desdobramentos da Operação Lava Jato.
Ao lado de dezenas entidades empresariais, a ACSP se engajou na campanha pelo impeachment, coerentemente com sua história centenária de participação em causas cívicas.
FACILITAR O EMPREENDEDORISMO
Depois de fortalecer a estrutura interna, a entidade fez uma revisão de suas atividades institucionais e de negócios e reorganizou o modo de se relacionar com os associados tendo em vista sua representatividade.
Somado às medidas de austeridade adotadas para a gestão interna, a presidência de Burti concentrou esforços em se manter ao lado dos empreendedores no enfrentamento da recessão.
Com o tema Vencendo a Crise, a ACSP promoveu o FE4 Fórum Empreendedor, reunindo empresários bem-sucedidos e especialistas em negócios que, em sessões ilustrativas, apontaram caminhos nas áreas de gestão, marketing, tecnologia e finanças.
Com a presença do jurista Yves Gandra da Silva Martins, entre outros nomes, a ACSP promoveu seminário que orientou empreendedores a respeito dos aspectos da recuperação judicial.
Nos diferentes conselhos desenrolaram-se debates relevantes da agenda nacional com a presença de ministros de Estado.
Entre as ações implantadas pela ACSP, estão os produtos e serviços desenvolvidos para apoiar a rotina operacional das pequenas e médias empresas e para proporcionar ganhos de custo e de tempo ao empreendedor.
Com este portfólio vinculado ao associativismo, a entidade propõe soluções para questões como problemas com telefonia, pendências burocráticas, acertos fiscais e gestão do cliente.
Os serviços passaram a contar com parcerias estratégicas com a Receita Federal e com o Centro de Estudos e Distribuição de Títulos e Documentos (CDT), em complemento ao mantido com a Jucesp.
A ACSP, fundadora do pioneiro serviço de proteção ao crédito, criou uma nova empresa nos últimos dois anos: a Central de Registro de Direitos Creditórios (CRDC), uma plataforma online que permite gerar a duplicata, endossá-la e cadastrá-la com numeração única, evitando que possa ser utilizada em mais de uma transação.
As medidas têm relação direta com a renovação da entidade e a meta de dar condições de sustentabilidade no longo prazo. De acordo com o novo presidente, “já não dependemos exclusivamente da receita procedente dos associados”.
AMBIENTE FAVORÁVEL AOS NEGÓCIOS
Pelo lado das atividades institucionais, uma tradição da ACSP desde sua fundação, em 1894, a entidade sob a liderança de Burti teve papel decisivo em movimentos para diminuir e simplificar a carga tributária e resistir à criação de novos tributos.
Junto com outras entidades, se mobilizou para questionar as mudanças no ICMS e no PIS/Cofins e contra as tentativas de retomar a CPMF.
Um estudo visando à simplificação de exigências burocráticas fiscais elaborado em conjunto foi transformado em projeto de lei, atualmente em tramitação no Congresso.
Na capital paulista, a ACSP teve papel protagonista na formulação da nova Lei de Zoneamento, com foco no pequeno empresário. Entre as reivindicações acatadas no corpo da lei, estão a desvinculação da regularidade do imóvel da licença de funcionamento e a adoção da fiscalização orientadora.
As novas determinações da lei foram organizadas em uma cartilha digital. "De maneira geral e acertada, a nova lei traz pontos que vão auxiliar a formalização dos pequenos empresários do comércio”, destacou o novo presidente na época da aprovação da lei.
Com a participação de membros das distritais da ACSP, que apontaram problemas de suas respectivas regiões, foram realizadas sabatinas com candidatos à Prefeitura paulistana.
HISTÓRIA DE REALIZAÇÕES
A trajetória empresarial de Alencar Burti sempre correu em paralelo às atividades associativas. Como empreendedor, ainda na adolescência teve a primeira experiência de negócios no ramo de joalheria, mais tarde, transferida para o setor de automóveis.
Desde a década de 1960, atua em associações que representam o interesse dessa categoria. Foi um dos responsáveis pela fundação da Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores). Além da ACSP e Facesp, esteve à frente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP.
Em seus pronunciamentos, Burti costuma repetir uma frase que expressa seu modo de pensar e atuar: “Sempre busquei construir pontes que unem, em vez de muros que separam. É importante somar, é fundamental aglutinar”.
Em 2010, durante um de seus mandatos, Burti foi responsável por uma das principais mudanças na gestão da ACSP em seus 120 anos de história - a transformação do SCPC na empresa Boa Vista Serviços.
Na nova gestão, continuará a prevalecer um dos bastiões da entidade, a postura apartidária. “As causas da associação estão acima de partidos”, defende o presidente. “Nosso partido é o da livre iniciativa.” Assim como vem sendo desde 1894, a ACSP manterá a defesa intransigente do direito à livre iniciativa, à liberdade de expressão e ao respeito aos contratos.
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