Durante reunião, na última sexta-feira (13), dos ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário dos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a ministra Kátia Abreu propôs fortalecer acordos já firmados pelo bloco e facilitar acesso aos mercados dos cinco países.
A ministra ressaltou que um dos objetivos dos BRICS é melhorar o equilíbrio comercial entre os países, o que tem sido alcançado graças à cooperação mútua. Kátia Abreu afirmou, no entanto, que ainda há "potencial significativo de colaboração a ser explorado".
"Dados os efeitos distorcidos que os subsídios às exportações causam ao comércio internacional, sublinho a relevância de continuarmos apoiando as negociações na OMC [Organização Mundial do Comércio] para a eliminação do uso deste instrumento de política comercial", disse a ministra durante o fechamento da reunião, no Palácio Itamaraty, em Brasília.
Kátia Abreu criticou o uso inadequado de instrumentos de apoio doméstico e disse que o bloco deve se basear em normas, diretrizes e recomendações elaboradas por organismos internacionais reconhecidos pela OMC.
"Recordo que, infelizmente, vários países com fortes setores agrícolas ainda utilizam medidas de apoio doméstico que afetam negativamente o fluxo comercial de produtos agropecuários. Como sabemos, as negociações multilaterais têm como objetivo aplainar o nível de desigualdade entre os países, melhorar o acesso a mercados e reduzir o nível de distorção ocasionado por medidas de apoio interno. Portanto, é fundamental que tais negociações levem em consideração o uso inadequado de instrumentos de apoio doméstico", declarou a ministra.
Corrente de comércio
Kátia Abreu afirmou que a parceria dos BRICS tem "produzido bons frutos para o fortalecimento da agricultura, para o bem estar das sociedades e para a segurança alimentar nacional e global".
Uma evidência dessa cooperação, afirmou, é a corrente de comércio de produtos agrícolas entre os países, que cresceu em média 12% ao ano durante o período 2010-2013, passando de US$ 40 bilhões para US$ 64 bilhões. Entre 2010 e 2013, o bloco foi responsável por 38% de toda a produção mundial de cereais e por 40% de carne. "Estes dados demonstram a relevância da agricultura de nossos países no contexto mundial e a sua significativa contribuição para a segurança alimentar nacional e global", destacou a ministra.
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