Depois de duas horas de reunião em Brasília entre representantes dos governos argentino e brasileiro, no fim da tarde de ontem, o acordo Mercosul-União Europeia ficou um pouco mais próximo. Único país do bloco que ainda não havia preparado sua proposta inicial para a, negociação, a Argentina pediu a reunião ao Brasil alegando que estava "pronta para conversar".
Até a última segunda-feira, o Itamaraty demonstrava preocupação com o que o país vizinho poderia trazer à mesa. Os argentinos terminaram as consultas públicas com os empresários do país há menos de um mês - o Brasil já tinha o resultado das suas pesquisas no início deste ano.
Desde o princípio, a presidente Cristina Kirchner foi a que mais resistiu em retomar as negociações. Em uma conversa há pouco mais de duas semanas, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, cobrou duramente seu colega Hector Timerman.
Ontem, Figueiredo disse ao Estado que a conversa com os argentinos evoluiu bem e que os quatro países terão suas listas para apresentar na reunião técnica de Caracas, marcada para a próxima sexta-feira, quando serão analisadas pela primeira vez, em conjunto, as ofertas de todos. "Eles (os argentinos) nos ligaram e nos disseram que estavam prontos para conversar. Então os convidamos para esse encontro", explicou o chefe do Itamaraty.
Viabilidade. O tom otimista, no entanto, não garante que a proposta argentina seja realmente viável. Em apenas duas horas de reunião, dificilmente todos os pontos foram debatidos. O mais correto é que a Argentina tenha apresentado ao governo brasileiro suas dificuldades e, não necessariamente, que houve grandes avanços. Apesar de terem marcado o encontro, os argentinos pediram "discrição" sobre a reunião e não quiserem nem mesmo divulgar nota sobre o assunto.
Os negociadores brasileiros esperavam esse passo dos vizinhos. Já se sabe que a Argentina, em meio a uma briga por reservas e com a economia em crise, será bem menos ambiciosa do que Brasil, Uruguai e Paraguai. O temor é o tamanho dessa falta de ambição, que pode terminar tendo que ser compensada pelos demais sócios. A pressão brasileira - e também de Uruguai e Paraguai - é que em dezembro os quatro países já tenham uma proposta para que se possa retomar as negociações com a União Europeia em janeiro.
A proposta brasileira, pronta há um mês, envolve todo os setores da economia, como foi prometido aos europeus, inclusive o setor automotivo. Uruguai e Paraguai já declararam que têm propostas "ambiciosas" - o acordo foi, inclusive, tema da conversa entre a presidente Dilma Rousseff e seu colega uruguaio, José Mujica, em um encontro no último domingo em Brasília.
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