Superada a disputa entre Brasil e México pelo cargo de direção na Organização Mundial do Comércio (OMC), o chanceler mexicano, José Antonio Meade, chega hoje a Brasília para tentar relançar a ideia de um acordo comercial entre os dois países, que já teria o apoio de grandes multinacionais mexicanas e brasileiras.
Com um comércio bilateral de mais de US$ 10 bilhões e tendo mais investimentos no Brasil que a China, o México pressiona para que haja um novo entendimento entre os dois países.
Nos últimos 20 anos, diversos governos têm ensaiado uma aproximação. Mas setores sensíveis em cada um dos lados mantêm um acordo entre as duas maiores economias da América Latina no congelador. O Brasil chegou a suspender o acordo que tinha no setor de automóveis com o México por conta de uma suposta invasão de carros produzidos no país.
No caso mexicano, agricultores temiam que um acordo de livre comércio poderia ter um impacto similar ao que ocorreu no México com a criação do Nafta, o acordo de livre comércio com EUA e Canadá. Nos anos 90, o tratado acabou prejudicando a agricultura mexicana por conta da entrada de produtos americanos altamente subsidiados. No caso brasileiro, o temor tem como base a competitividade das exportações primárias do País.
A diferença agora, segundo os mexicanos, é que a ideia de um acordo começa a ganhar apoio do setor privado dos dois lados. Segundo o governo do México, um Grupo de Alto Nível Empresarial foi formado para estudar de que forma as duas economias poderiam se aproximar. A imprensa mexicana também já indicou que companhias como a Petrobrás, Braskem, Weg, Bimbo e América Móvil estariam dando sua chancela ao projeto. Hoje, o México tem 12 acordos de livre comércio envolvendo mais de 40 países.
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