O Comitê Gestor dos Portos e Aeroportos de São Paulo (Comus), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), iniciou um novo fórum de discussão dentro das suas atividades. Trata-se do São Paulo/Texas Desk, cujo objetivo é identificar oportunidades de negócios entre o estado brasileiro e o norte-americano.
Há diversas áreas de interesse comum entre ambos, caso dos segmentos de petróleo e gás, etanol, máquinas e equipamentos e bens da construção civil. Além disso, o porto de Houston, no Texas, é o responsável pelo maior volume de contêineres movimentados com Brasil dentre os portos dos Estados Unidos.
Na semana passada, foi realizada a primeira reunião de trabalho desse novo fórum, que teve a presença de representantes de empresários e da autoridade portuária da cidade de Houston, entre outros.
Desse encontro já nasceram algumas prioridades. Uma delas é levar às autoridades aeroportuárias brasileiras e norte-americanas a necessidade de criação de uma frequência direta entre os aeroportos de Viracopos, no interior de São Paulo, e o de Houston.
De acordo com Wagner Borelli, gerente de cargas da American Airlines (AA) no Brasil, têm crescido os embarques de cargas transportadas pelo modal aéreo entre São Paulo e Houston, em especial para peças de reposição. Mas as cargas que saem de Viracopos descem nos aeroportos de Miami ou Dallas para depois seguirem ao destino final.
Compreensão – Outra demanda detectada por John Cuttino, representante no Brasil da autoridade portuária de Houston (PHA, na sigla em inglês), é a criação de meios que permitam aos exportadores norte-americanos uma melhor compreensão das legislações fiscal e tributária brasileiras.
"É muito comum que nossa área de despacho aduaneiro tenha dificuldades com as leis brasileiras", disse Cuttino.
Cartilha – Um caminho encontrado para essa questão é a confecção de uma cartilha com detalhes da legislação brasileira, produzida em inglês, um trabalho que ficaria a cargo do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo (Sindasp), um dos parceiros do Comus.
Pela via contrária, Cuttino lembra que o Texas pode fornecer capacitação e treinamento para empresas brasileiras da área de petróleo e gás, cuja experiência texana é ampla. Ainda com o intuito de melhorar o diálogo entre São Paulo e Texas, Kevin Schoroeder, representante da Greater Houston Partnership (GHP), uma espécie de associação comercial da cidade texana, propõe criar ações conjuntas para mostrar aos investidores brasileiros e norte-americanos as oportunidades de negócio em ambos os estados. No Brasil, a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP) teria esse encargo.
José Candido Senna, coordenador do Comus, informa que a próxima reunião do São Paulo/Texas Desk trará a agenda de atividades do fórum para 2012. Ele informa ainda que a adesão ao fórum é irrestrita, mas a ênfase são empresas e entidades que lidam com o comércio exterior. "O fórum é um grande passo para aquecer as relações bilaterais entre São Paulo e Texas", disse Senna.
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