Parte do desmatamento da floresta amazônica está sendo monitorado desde junho com ajuda de smartphones e do Google Earth. Uma parceria entre a Imazon e o site de buscas e localização Google colocou os celulares nas mãos de técnicos e ativistas locais, que fotografam e enviam as imagens do avanço de campos de cultivo, pasto, garimpo, retirada de madeira e outras agressões para uma central, onde elas são processadas e publicadas na plataforma do Google Earth. O objetivo da parceria, segundo os ativistas da Imazon, é reduzir o tempo necessário para dar o alerta de agressão às equipes que fiscalizam as atividades na floresta e reduzir o tempo necessário para processamento de informações. O sistema complementa o de monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, voltado para o dimensionamento do estrago.
Segundo informações da assessoria de imprensa da ONG, o tempo entre a localização do desmatamento e a notificação às equipes de fiscais caiu em média, em 50% nesses dois meses de funcionamento, que estão servindo como um piloto do projeto. Por enquanto, a parceria com a Imazon cobre apenas o estado do Pará, mas o objetivo é estendê-la a toda Amazônia legal, incluindo a que está além das nossas fronteiras. “É importante integrar toda a floresta nesse sistema. Estamos trabalhando para isso com ativistas das Guianas, Suriname, Colombia, Equador, Peru e Bolívia”, diz Rebecca Moore, gerente do Google Earth. Além disso, com as fotos fica fácil comprovar o crime.
Os dados coletados e processados por meio das fotos são publicados regularmente em boletins, chamados Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). O de julho acabou de sair e mostra uma tendência de redução das áreas agredidas, em 36% em ações de derrubada total das árvores, e de 69% no corte seletivo de árvores, o que os técnicos chamam de degradação, quando se olha o acumulado do ano (agosto 2011 a julho 2012). O único registro de aumento ocorreu nos desmatamentos realizados durante o mês de julho, quando comparado a junho, no estado do Pará, em especial nas regiões do entorno da BR 163. As informações sobre este aumento já haviam sido passadas para os fiscais do Estado, que atualmente está fazendo uma operação de comando e controle do desmatamento na região. No futuro, os boletins do SAD sairão com um intervalo menor. As imagens processadas são de acesso restrito.
Crédito/foto: Devulgação/Imazon
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