A balança comercial teve em janeiro o pior resultado mensal dos últimos 24 anos. O déficit foi de US$ 4,035 bilhões por causa do aumento das importações, que atingiram o recorde de US$ 20,003 bilhões.
As exportações, por sua vez, totalizaram US$ 15,968 bilhões. O saldo negativo do mês passado foi agravado por operações de compra de petróleo e derivados realizadas ainda no ano passado pela Petrobrás.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, responsável pelos dados, cerca de US$ 1,6 bilhão das importações em janeiro se referem a compras feitas pelas estatal ainda em 2012.
A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, disse ontem que "é possível" que ocorram novos déficits comerciais em fevereiro e março. Ela informou que a Petrobrás estima que mais US$ 2,9 bilhões de operações feitas em 2012 ainda sejam incorporados nos dados das importações nestes dois meses. "Em março termina a averbação do estoque de operações que foi internalizado no ano passado", disse. "É natural que o saldo positivo comece a se refletir depois de concluída essa averbação da Petrobrás."
O maior déficit comercial da série histórica do ministério, iniciada em 1990, era de dezembro de 1996, de US$ 1,787 bilhão. Embora admita que o resultado negativo de janeiro deste ano tenha sido "expressivo", Tatiana disse que a análise deve considerar o crescimento do comércio exterior do País nos últimos anos.
"Quando analisamos o déficit de US$ 4 bilhões em termos absolutos é importante, mas em termos relativos representa uma queda expressiva em relação a outros déficits comerciais que o Brasil experimentou em meses anteriores", afirmou Tatiana.
Ela argumentou que o déficit de janeiro representa 25,3% do valor exportado no mês. O resultado de dezembro de 1996 representava 47,2% das vendas externas naquele mês, que foram de apenas US$ 3,8 bilhões.
Tatiana destacou que este valor corresponde a três dias de vendas externas este ano. "Em dezembro de 1996, o déficit representava metade de tudo que o Brasil exportou. O de janeiro, naturalmente maior, representa um quarto do que o Brasil exportou no mês", ressaltou.
Importações. O resultado do mês passado é explicado por um aumento de 14,6% na média diária das importações em relação a janeiro de 2012 e de uma queda de 1,1% nas exportações. Tatiana disse que, mesmo excluindo o reforço das operações da Petrobrás nas estatísticas das importações, elas ainda seriam recordes para o mês, com alta de 5,5%.
As importações de combustíveis e lubrificantes subiram 55,7%, as de bens de capital subiram 14,6%, enquanto as compras internacionais de matérias-primas e intermediários aumentaram 7,9%. As importações de bens de consumo, por outro lado, tiveram queda de 2,1% no mês passado na comparação com janeiro de 2012.
Nas exportações, os semimanufaturados foram recorde para meses de janeiro ao somarem US$ 2,668 bilhões, um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. As vendas externas de manufaturados somaram US$ 6,261 bilhões, com alta de 1%. No entanto, a queda foi puxada pelos produtos básicos, que totalizaram US$ 6,546 bilhões.
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