Nos últimos anos, mais de 8 mil micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras buscaram o mercado exterior para comercializar seus produtos.
Pelo menos três fatores ajudaram na decisão de exportar: a taxação de impostos, menor que no Brasil, a aceitação da mercadoria e a satisfação pessoal por transpor barreiras.
É o que aponta a pesquisa feita pelo Sebrae em junho de 2019, que traz percepções dos empresários sobre as dificuldades em fazer a 1ª exportação e manter suas vendas para o exterior.
De acordo com o levantamento, diversos entraves ainda impedem que os pequenos negócios façam um maior volume de vendas para outros países, como a excessiva burocracia, o custo da logística, entre outras razões.
A pesquisa considera a cultura empresarial, a capacitação dos empreendedores, as expectativas sobre as exportações, a motivação, entre outros aspectos.
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o brasileiro carrega em seu DNA uma criatividade singular. E isso se traduz em valor agregado aos produtos e serviços, especialmente na hora de explorar novos mercados.
“É verdade que, no Brasil, fazer comércio exterior não é fácil. Antes de conseguir levar seus produtos às mãos dos consumidores internacionais, é preciso superar uma série de obstáculos para os quais os pequenos negócios não estão, normalmente, preparados. O resultado é que a participação das pequenas empresas no conjunto das exportações brasileiras ainda é muito restrita”, afirma.
Segundo estudo do Sebrae de 2019, mais de 40% das empresas exportadoras brasileiras são micro e pequenas empresas e foram responsáveis por vendas externas no montante de US$1.239 milhões ano passado.
Das 8,3 mil MPE exportadoras, 47,1% são do ramo industrial, seguido pelo ramo comercial com 41,2% e 10,6% do setor agropecuário. Os pequenos negócios do setor serviços representam 1,1% das MPE exportadoras.
OUTROS ACHADOS
A pesquisa registra que os principais mercados para os pequenos negócios são Mercosul, os Estados Unidos, Canadá e União Europeia, razoável participação do continente asiático e africano. Entre os empresários entrevistados não existe um critério para a escolha dos países importadores, sendo que as vendas atendem a uma demanda pré-existente e em poucos casos houve uma prospecção planejada. A decisão foi baseada na verificação da aceitação do produto.
O levantamento mostra também que há uma insegurança em relação à possibilidade do não pagamento da venda e muitos desconhecem mecanismos de cobrança internacional, priorizam países com menor risco de inadimplência ou sentem faltam de um órgão regulador de pagamentos.
A logística é uma das dificuldades apontadas pelos empresários de pequenos negócios para exportar. A pesquisa mostra que a grande maioria acha a estrutura de transporte deficitária, a malha aérea com baixa capilaridade e a armazenagem cara. Além disso, os entrevistados apontam, entre as dificuldades, o risco cambial como um dos inibidores das exportações. Nesse caso, uma das razões é também a falta de conhecimento sobre o tema.
DICAS PARA EXPORTAR:
• Definir os objetivos pretendidos com a internacionalização.
• Fazer uma estratégia de internacionalização e um alinhamento com a estratégia do mercado interno.
• Identificar barreiras tarifárias (imposto de importação no mercado de destino) e não tarifárias (normas técnicas, cotas etc.) impostas pelos mercados pretendidos.
• Conhecer os principais aspectos tributários e de composição de custos na internacionalização.
• Conhecer os regimes aduaneiros especiais (drawback, admissão temporária etc.) para identificar benefícios.
• Compreender que o planejamento estratégico necessita incluir o risco calculado.
• Conhecer as linhas de financiamentos à internacionalização.
• Comunicar-se em outro idioma.
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