Com o relacionamento abalado após uma série de barreiras comerciais adotadas pelos hermanos, empresários brasileiros e argentinos buscam traçar estratégias para uma nova aproximação. Novas formas de aproximar Brasil e Argentina foram tratadas em Porto Alegre, no 1º Fórum de Negócios do Mercosul, evento realizado paralelamente à 18ª Cúpula da Rede Mercocidades.
Idealizador do encontro, o diretor da Câmara Brasil-Argentina e presidente do Grupo de Negócios do Mercosul, Pedro Oliveira Nimeth, afirmou que a discussão no âmbito político já se mostrou insuficiente e defendeu como solução um empresariado assumindo a liderança. "Falta uma conexão maior entre empresários, entidades e federações de todos os países. Hoje, em vez de um bloco econômico, o Mercosul é uma barreira econômica", destacou o dirigente.
Segundo Nimeth, as medidas impostas pela Argentina à entrada de produtos brasileiros, principalmente do Rio Grande do Sul, são provas do quanto o Mercosul é frágil. "Porém, infelizmente, muitos empresários preferem recorrer ao Palácio do Planalto a vir até aqui e discutir diretamente em busca de uma solução prática."
A demora na liberação de Licenças de Importação (LIs) pelo governo da presidente Cristina Kirchner dificulta a entrada de artigos brasileiros. Do outro lado da fronteira, o empresário argentino Omar Luis Farah, presidente da Associação da Pequena e Média Empresa de Tandil, cidade integrante da província de Buenos Aires, reconheceu os efeitos devastadores de um relacionamento estremecido entre os dois países. Para o argentino, existe uma explicação óbvia para que produtos da indústria calçadista, têxtil e alimentícia brasileiras tenham deixado de ser interessantes para a Argentina.
"De alguns anos para cá, esses setores voltaram a crescer, graças ao aumento do consumo interno e a essa política intervencionista. Mas isso vai mudar com a renúncia de Moreno (Guillermo Moreno, ex-ministro da Economia)", projeta Farah.
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