Até 15 de setembro, um grupo de trabalho deverá se reunir para analisar os estudos preliminares para a adesão do Equador ao Mercosul. As negociações em torno desta nova adesão ganharam força com a entrada da Venezuela no bloco, ocorrida há um mês. O processo de incorporação passa por várias etapas, desde a análise de adequação do novo membro ao bloco até a submissão do pedido ao Parlamento do país. O primeiro passo foi dado pelo presidente do Equador, Rafael Correa, em dezembro do ano passado, em Montevidéu, no Uruguai, durante a Cúpula do Mercosul. Correa conversou com os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai) e Fernando Lugo (Paraguai), que ainda estava no governo. Não há previsão do tempo que será necessário para incorporar os uruguaios. O processo da Venezuela levou seis anos por conta de resistências de parlamentares do Paraguai e do Brasil. O Brasil cedeu e aprovou a adesão, mas o Paraguai não chegou a analisar o caso, pois foi temporariamente expulso do bloco depois de destituir Lugo em um processo rápido e extremamente criticado internacionalmente. Ao mesmo tempo em que o grupo de trabalho irá analisar os termos da adesão, Correa analisa com seu grupo político como poderá compatibilizar a adesão ao Mercosul e sua participação na Comunidade Andina das Nações (CAN), bloco que acabou de assumir a presidência temporária. Segundo diplomatas, as questões técnicas têm solução e não devem ser um empecilho.
Parlatino também suspende Paraguai
A desastrosa destituição de Fernando Lugo da presidência continua tendo reflexos nos acordos comerciais e no âmbito diplomático. Esta semana foi a vez do Conselho de Administração do Parlamento Latino-Americano (Parlatino), que recomendou à Assembleia Geral do órgão a suspensão temporária do país. A votação da proposta deve ocorrer em setembro, quando haverá uma reunião da Assembleia Geral. Criado em 1964, o Parlatino é uma organização regional, permanente e unicameral, integrada pelo Parlamento de nações da América Latina. Há representantes dos seguintes países: Antilhas Holandesas, Argentina, Aruba, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Haiti (que é país convidado), México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname, Uruguai e Venezuela. A sessão do Conselho de Administração do Parlatino contou com a presença de parlamentares de 16 países latino-americanos, incluindo representantes do Paraguai. Com a recomendação do Parlatino, aumenta o isolamento do Paraguai no cenário regional. O Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) aprovaram a suspensão temporária do Paraguai até as eleições de abril de 2013. No próximo dia 22, a Organização dos Estados Americanos (OEA) deve analisar a situação política no Paraguai. O governo do presidente paraguaio, Federico Franco, trabalha para evitar que a organização também aprove resolução recomendando a suspensão do país da entidade.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Micaela Ayala V./Agencia Andes (capa); Divulgação/Parlatino (interna).
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