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Balança comercial brasileira tem superávit recorde em julho - 04/08/2020

Por Mariana Ribeiro (Valor Econômico) - A balança comercial registrou um superávit comercial de US$ 8,060 bilhões em julho, aumento de 237,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, pela média diária, segundo números divulgados nesta segunda-feira (3) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. De janeiro a julho, o saldo comercial acumulado foi positivo

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, destacou que o saldo da balança de julho foi o maior da série histórica considerando todos os meses. O recorde anterior havia sido registrado em maio de 2017.

O resultado do mês passado foi puxado pela forte queda nas importações. “Há uma queda generalizada nas importações”, disse o secretário, acrescentando que isso está relacionado à dinâmica interna da economia, “ainda em processo de recuperação”.

Somente em julho, as exportações totalizaram US$ 19,566 bilhões. Pela média diária, houve queda de 2,9% sobre o desempenho do mesmo mês de 2019. Já as importações ficaram em US$ 11,506 bilhões e tiveram recuo, também pela média diária, de 35,2% ante um ano antes.

No acumulado de 2020, as exportações somaram US$ 121,286 bilhões, queda de 6,4%, pela média diária, em relação ao mesmo período de 2019. Já as importações ficaram em US$ 90,902 bilhões, decréscimo de 10,5% na mesma base de comparação.

A secretaria espera que a balança comercial registre em 2020 um superávit de US$ 55,4 bilhões, resultado de US$ 202,5 bilhões em exportações e US$ 147,1 bilhões em importações.

Agronegócio puxa as exportações
No sétimo mês do ano, as exportações do setor de agropecuária cresceram 17,3%, pela média diária, em relação ao mesmo mês do ano anterior. No caso da indústria extrativa, houve alta de 1,5%. Já na indústria de transformação foi anotada queda de 12%.

Ferraz destacou “a alta resiliência” dos embarques do agronegócio brasileiro, ajudados pelo fato de o continente asiático, principal destino dos produtos, já estar em um processo mais avançado de recuperação pós-pandemia.

Já as exportações industriais, disse o secretário, estão mais sujeitas a flutuações externas e são impactadas pelo fato de os principais destinos desses itens, Argentina, Estados Unidos e Europa, ainda estarem fortemente abalados pela crise. Para Ferraz, é possível que até o fim do ano seja verificada uma melhora no desempenho das exportações de manufaturados.

Pelo lado das importações, houve recuo em todos os setores. A queda nas compras foi de 6,5% na agropecuária, 62,7% na indústria extrativa e de 33,6% na indústria de transformação.

Exportações para a China avançam
No mês passado, as exportações para China, Hong Kong e Macau, principais destinos dos produtos brasileiros, subiram 23,2%, pela média diária, em relação ao mesmo mês do ano anterior. As vendas totais para a Ásia avançaram 15,4%.

Na mesma base de comparação, as vendas para a América do Norte caíram 30,1%, para a América do Sul, recuaram 21,3%, e para a Europa, 3,6%.

Já no período de janeiro a julho, as vendas para a China avançaram 15,4% e, para toda a Ásia, 13,6%. As exportações para a América do Norte recuaram 27,3%, para a América do Sul, 27,2%, e para a Europa, 6,6%.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, afirmou que o aumento da participação do continente asiático, especialmente da China, nas exportações brasileiras não é uma preocupação.

“Essa é uma questão conjuntural e no longo prazo certamente a concentração das nossas exportações no continente asiático vai tender a atingir valores mais próximos daquilo que tínhamos antes da crise”, disse o secretário.

Segundo ele, é normal que a concentração aumente nesse momento de crise, considerando a pauta exportadora brasileira e o processo de recuperação da China. É possível, no entanto, que, com a perspectiva de recuperação em outras regiões, como Europa e Estados Unidos, essa dinâmica se atenue a partir do segundo semestre.

Ferraz destacou que a Ásia tem uma participação importante não só na pauta de comércio do Brasil, mas de “basicamente todos os países”. “É muito mais do que um fenômeno localizado no Brasil.”

O secretário reforçou que o mundo passa por uma crise sem precedentes, embora os indicadores demonstrem "que o pior já passou". De acordo com ele, até agora os dados estão em linha com as projeções da secretaria para a balança do ano.

Questionado sobre a queda na corrente de comércio em julho, o secretário disse que é preciso considerar que o país vive um momento de crise, mas que, no longo prazo, “o objetivo continua sendo aumentar a corrente de comércio” via aumento da inserção internacional.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/08/03/balanca-comercial-brasileira-tem-superavit-de-us-806-bilhoes-em-julho.ghtml
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