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Lyon, muito mais do que o centro da autêntica cozinha francesa - 28/06/2018
Divulgação A SEGUNDA cidade mais importante da França tem uma queda pelas duplas, com seus dois rios, duas colinas e dois antigos anfi teatros romanos (Lyon foi a capital dos territórios gauleses anexados pelo Império Romano). Mas quando se trata de gastronomia — assunto mais do que sério na França —, os lioneses alinham seus mais de quatro mil restaurantes e não se acanham em desafi ar a capital Paris: para eles, é Lyon a verdadeira capital da autêntica cozinha francesa.
O advogado Higor de Oliveira vive há três anos nesta metrópole da região de Auvergne-Rhône-Alpes, onde trata de negócios internacionais para o escritório Camilotti Castellani | Sociedade de Advogados, de Campinas-SP, do qual é sócio. Higor defi ne Lyon como surpreendente, bela e acolhedora — uma cidade que equilibra o velho e o novo, na confl uência entre a art de vivre dos franceses e o rigor no business (é hoje a cidade francesa mais competitiva, diversifi cada e com melhor ambiente de negócios, diz ele).
Sede de grandes companhias europeias, Lyon é um polo de tecnologia, fi nanças e indústria. Ao mesmo tempo, seu centro antigo — Patrimônio da Humanidade para a Unesco — é um dos mais bem preservados conjuntos urbanos históricos da Europa. O acesso à cidade, a partir do aeroporto Lyon-Saint-Exupéry, é facilitado pelo VLT Rhône Express, e os deslocamentos urbanos, pelo sistema TCL, são igualmente simples. A cidade é ainda um hub da rede TGV, o trem francês de alta velocidade — a primeira linha do TGV ligou Paris a Lyon em 1981. A seguir, o roteiro criado por Higor para os leitores da PIB (ele sugere ainda o site www.onlylyon.com para mais informações em diversos idiomas):
Se tiver algumas horas...
APROVEITE PARA caminhar na península urbana entre o Rhône e o Saône — a Presqu'île. A península lionesa, formada entre os dois rios, é uma atração em si. A arquitetura dos prédios abarca desde a Renascença até o século XIX, das ruas estreitas da Cidade Velha (Vieux Lyon) à esplêndida Rue de la République.

AO ALCANCE de uma curta caminhada ficam, a leste, os cais do Rhône com jardins e barcos convertidos em bares; e para oeste, o cais do Saône com o charme de suas pontes e a vista de Fourvière na margem oposta — vale cruzar o rio e terminar o passeio no alto da imponente colina de mesmo nome. Tudo isso é patrimônio da humanidade, acessível a pé e gratuito; basta andar e contemplar.

SE VEIO a negócios, é bem provável que você se encontre em Part-Dieu, o grande bairro empresarial com seus arranha-céus espelhados a leste do Rhône. Uma pausa ao meio-dia? Basta andar cinco minutos para ir ao Halles Paul Bocuse. Come-se majestosamente neste mercado moderno, limpo, organizado e repleto do que a gastronomia francesa tem de melhor: a culinária lionesa. Preocupado com o regime? Em Lyon as dietas são substituídas por longas caminhadas ao ar livre. Caminhe 20 minutos até a Tête d'Or, um impecável e imperdível parque urbano no coração do elegante sixième arrondissement, e queime as calorias.

QUEM VEM cá — e segue a receita lyonesa para comer bem e manter a figura elegante — não pode deixar de ir ao menos uma vez a um restaurante tradicional (aqui chamados bouchon)! Se você está flanando na Presqu'île, recomenda-se fortemente o Chez Hugon, numa ruazinha ao lado do Musée des Beaux Arts: alimenta-se o corpo para, em seguida, alimentar o espírito (o cardápio de carnes, aves e legumes frescos é definido a cada dia). O museu é incontornável tanto por sua coleção de arte — que abrange desde a antiguidade greco-romana até ao século XX —, quanto pelo belo jardim interior.

Se tiver um dia inteiro...
COM MAIS tempo, o visitante deve ir ao velho bairro operário da Croix Rousse, subindo a pé a encosta da outra colina de Lyon — a montée de la grande côte, se diz aqui. Terá uma ideia da vida dos canuts, os trabalhadores têxteis que se concentravam nesta região — foi a indústria da seda que fez a fortuna da cidade nos séculos 18 e 19 —, e poderá vislumbrar as traboules — passagens escondidas entre as casas, que cortam caminho para os rios. Ao descer a colina pelo circuito das três grandes traboules, descansamos nos mirantes com vista para cidade e vamos terminar a primeira parte do nosso roteiro do dia com um refresco na Place des Terreaux.

PODEMOS ESTENDER o passeio até a Gare Saint Paul, com uma pausa obrigatória na Cave des Voyageurs para degustar alguns dos afamados vinhos da região: Côtes du Rhône, Beaujolais, Côte Rôti e Saint-Joseph são denominações de origem que todo apreciador informado conhece e admira. Em seguida, a Rue Saint-Jean e a Rue du Beuf conduzem o visitante até a Catedral Saint-Jean, atravessando a velha cidade dos negociantes venezianos e genoveses que se estabeleciam em Lyon — um importante entreposto e cruzamento de rotas comerciais da antiguidade até os tempos modernos.

A CATEDRAL merece o passeio, que pode ser emendado com uma subida na ficelle — assim é chamado o funicular que leva os visitantes às alturas de Fourvière e tem sua estação inicial ao lado do templo. No final do trajeto, visita-se no alto da colina mais uma igreja extraordinária — a Basílica de Notre Dame de Fourvière. Mas aproveita-se igualmente a bela vista, que em dias de bom tempo alcança até os Alpes e o Mont Blanc. A dois passos da basílica encontra-se o Anfiteatro Galo-Romano, um tesouro arquitetônico do Império Romano que ainda hoje recebe shows ao ar livre. Vale conhecê-lo e ao vizinho Museu Galo-Romano.

COMO TUDO o que sobe, desce, convém que o visitante retorne a pé, pelos jardins, à Catedral Saint-Jean. De lá, chegará logo à Place Bellecour, no coração de Lyon e a um passo do Grand Hôtel Dieu, um esplêndido espaço de compras e lazer. Não deixe de provar os chocolates Voisin nem de ir às Galeries Printemps.

Se tiver um fim de semana inteiro...
HOSPEDE-SE NO Cour des Loges para estar perto de tudo, e vá flanar no mais surpreendente dos bairros: Confluence, na ponta da Presqu'île. Prepare-se para prédios ultramodernos (um shopping entre eles) e um ônibus sem motorista. O Musée des Confluences reúne antropologia, história natural e das civilizações num edifício descontrutivista, bem no bico onde o Rhône e o Saô- ne se encontram — é imperdível. De Confluence parte um transporte urbano original: o vaporetto, barco que leva os visitantes Saône acima de volta a Bellecour .

SE QUISER se afastar do centro, siga pelas margens do Saône e faça um piquenique na pequena Île Barbe, rio acima (sem se esquecer de levar a tarte aux pralines do Jocteur le Boulanger de l'Île Barbe, padaria e confeitaria em frente à ilha). E para finalizar, o visitante pode explorar ainda particularidades históricas locais.

FOI EM Lyon, por exemplo, que os irmãos inventores Louis e Auguste Lumiére criaram a tecnologia para gravar imagens em movimento; a cidade relembra estes grandes pioneiros do cinema no Institut & Musée Lumiére, abrigado na antiga mansão familiar — muito a propósito, na rue du Premier-Film (rua do Primeiro Filme). Quem gosta de moda, panos e roupas vai preferir conhecer os museus geminados — Musée des Tissus et Musée des Arts Décoratifs — que guardam tecidos, máquinas e objetos para contar a rica história da seda e da indústria têxtil em Lyon.
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