Por Rafael Walendorff (Valor Econômico) - O valor recorde das exportações do agronegócio brasileiro entre janeiro e maio deste ano ajudou a reforçar a importância do setor na balança comercial e na economia do país no momento em que o mundo amarga perdas profundas em função da pandemia, como destaca o Ministério da Agricultura.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Pasta, nos cinco primeiros meses os embarques do setor somaram US$ 42 bilhões, um aumento de quase 8% em relação ao mesmo período de 2019. O volume embarcado cresceu 13,7%, mas houve queda de 5,1% no índice de preços.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do ministério, Orlando Ribeiro, observou, porém, que continua elevada a concentração das exportações do agronegócio brasileiro — por produto e por destino.
“Só as exportações de soja em grão para a China representaram 28,3% do total das exportações brasileiras de produtos do agronegócio para o mundo. A Ásia, excluído o Oriente Médio, representou 56,2% das exportações do agronegócio brasileiro nos cinco primeiros meses de 2020, um aumento de 25,1% comparado com 2019. Foi a única região que registrou aumento das exportações”, afirmou.
A soja em grão ganhou ainda mais força. Principal produto do setor, registrou recorde nas vendas externas tanto em valor (US$ 16,34 bilhões) como em volume (48,13 milhões de toneladas) de janeiro a maio.
“O aumento da quantidade embarcada foi determinante para a expansão em valor, visto que o preço médio de exportação do produto caiu de US$ 352 para US$ 339 por tonelada”, diz o secretário. A China absorveu 72,8% de toda a soja em grão exportada pelo Brasil e foi a principal responsável pelo crescimento em relação ao ano anterior, de US$ 2,87 bilhões.
O agronegócio representou 49,7% das exportações totais brasileiras nos primeiros cinco meses de 2020. A China apresentou participação recorde de 39,3% nas exportações do agronegócio, com US$ 16,51 bilhões. As exportações para o país asiático equivalem à soma das exportações para Europa (US$ 7 bilhões), América do Norte (US$ 3,1 bilhões), América Latina e Caribe, exceto México, (US$ 2,4 bilhões), África, (US$ 2 bilhões), e Oriente Médio (US$ 2,16 bilhões).
Sete produtos representaram 74,1% das exportações brasileiras totais do agronegócio no período: soja em grãos (38,9%, ou US$ 16,33 bilhões), carne bovina in natura (6,7%, ou US$ 2,81 bilhões), celulose (6,2%, ou US$ 2,59 bilhões), carne de frango in natura (6,1%, ou US$ 2,55 bilhões), açúcar (6%, ou US$ 2,50 bilhões), farelo de soja (5,6%, ou US$ 2,33 bilhões), e café verde (4,7%, ou US$ 1,98 bilhão), segundo o secretário Orlando Ribeiro.
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